sábado, 4 de janeiro de 2014

RESENHA: Sussurro(Hush Hush)


A Trama: Admito que não tive inicialmente expectativas muito animadoras em relação à série, afinal, quem já não está farto de histórias sobre anjos-nefilins-demônios? Mas em relação a Sussurro, coloque todos seus pré-conceitos de lado e se deixe levar pelas páginas desse livro hipnotizante e incrivelmente conquistador!
As coisas para Nora Grey não andam muito boas. Dentro de um ano, seu pai morreu e sua mãe tem de trabalhar dobrado para sustentar as duas e pagar a hipoteca da casa. Porém, a rotina de Nora continuava normal: indo à escola e à psicóloga, assistindo os mais diversos filmes para resenhá-los... Até que em uma aula de Biologia, aparece um repetente que toma o lugar de sua melhor amiga como dupla. Mas acontece que Patch não veio simplesmente para estudar. A partir de então, Nora tem a crescente sensação, corretíssima, de que Patch a está seguindo em todos os lugares, e a estranha impressão de estar sendo observada durante a noite ganha um novo suspeito. Mas além das reviravoltas divertidas pelas emoções que o livro nos faz sentir, a protagonista tem fortes provas de que um de seus novos amigos está envolvido em um caso policial ocorrido em sua antiga escola. E quem garante que o laudo está realmente correto sobre o suicídio de uma garota? E, quando Nora acha que nada mais chocante pode acontecer, surge a suspeita de que um dos muitos segredos de Patch é sua origem "divina" e a punição que o fez cair dela.

A Protagonista: Nora, obrigada por me mostrar que falta de personalidade não é uma "doença crônica" atribuída às protagonistas femininas!

A protagonista era bem introvertida, não se importava em não estar rodeada de amigos, nunca foi de sair muito ou ligar para roupas e seu principal hobby era fazer resenhas para o eZine. Muito determinada em tudo que fazia, seu jeito simples de pensar vai desmoronando aos poucos com a súbita chegada de Patch na sua vida. O que mais gostei em Nora foi que, diferente de muitos outros, ela não transforma nada em obsessão em sua mente. É como se tudo fosse um jogo de quebra-cabeça e cada mistério a ser revelado fosse apenas uma peça. Mais ou menos isso. 

Os Personagens Secundários: O livro é legal, mas Patch na minha vida seria mais ainda! Patch é muito mais que o típico bad boy moreno, corpo definido e "olhos como órbitas negras que absorviam tudo e não devolviam nada." Ele possui um senso impagável de humor sarcástico e é um tanto cínico, visando deixar Nora sem graça e atraída pelo perigo. Nem preciso comentar que o considero um dos meus personagens favoritos! Mas por trás de toda pinta de anjo caído, Patch possui um lado protetor e... sensível? Não, eu diria que está mais para ponto fraco que ele mantém longe de todos.

E o que posso dizer sobre Vee? A melhor amiga de Nora e totalmente o oposto dela. Vee era engraçada e espalhafatosa. Pouco se importava com os comentários alheios e, na verdade, ria deles. Ela deixa a história mais próxima do leitor com sua personalidade alegre, comentários ditos sem ponderação e pensamentos normais do dia a dia, mas raros de se ver em livros. E aqui está uma das coisas que mais me conquistaram em Sussurro: a autora fez os personagens como se tivesse baseado cada um deles em pessoas reais e, consequentemente, suas atitudes também são bem próximas do "normal", sem toda aquela formalidade, sabe? E claro que há mais personagens: a dupla de amigos novatos, Elliot e Jules, rodeados de mistérios (alguns macabros) e Rixon, que não apareceu muito e espero mais dele nos próximos livros, pois parece ser tão conquistador quanto Patch!

Capa, Diagramação e Escrita: Essa capa faz qualquer um comprar o livro só para ficar admirando! Achei muito bem feito o efeito da mudança de tonalidade nas penas das asas enquanto elas caem, além de o modelo estar com o rosto oculto, deixando a imaginação trabalhar. E eu não parava de passar a unha pela textura áspera da capa tão viciante quando a história. A diagramação não está nada mal, as divisões de capítulos mostram apenas a numeração no mesmo estilo elegante da letra do título, as páginas são amareladas e eu impliquei apenas com o tamanho um pouco pequeno da letra. Sim, a escrita de Becca é singela e singular. Ela não usa "palavras pomposas" e nem precisou disso para seu livro ser recheado de ótimas citações e fazer o leitor pedir bis depois da última linha. Como sendo seu primeiro livro, ela se saiu muito bem, deixando apenas algumas falhas em relação a mudanças de cenas. E devido à originalidade com que escreve e sua capacidade de fazer uma história batida prender ferozmente, acredito que Becca tem potencial para alcançar a "perfeição literária". 


Concluindo: O livro tem um ritmo eletrizante, uma perfeita sincronia entre os personagens, uma autenticidade nos diálogos, além de uma ponderada dose de humor. Há uma quebra de clichês e de monotonia. Cada capítulo é uma caixa de surpresas, sem nunca faltar ação, romance ou mistério.

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